"No swing aprendi a me amar"

Em entrevista a Universa, ela fala sobre sua jornada de autoconhecimento, dos dramas e feridas de muitas relações tóxicas à redescoberta do amor e do desejo através da realização das fantasias sexuais, sem tabus, preconceitos ou julgamentos...

Fizemos troca de casal, ménage masculino e feminino, festas liberais… Me permiti viver tudo o que quis. Com outras pessoas e vendo que elas tinham prazer, entendi que ninguém participava daquelas experiências por caridade. Meu corpo tem sim poder e eu fui passando a reconhecê-lo.

Um podcast original Spotify. Roberta Martinelli e Sarah Oliveira propõem uma pausa: um tempo para escutar e refletir com o que faz de mim, de você, Nós! Esta é a história de como Camila e Edgar desafiaram traumas graves e tabus enraizados para construir uma relação verdadeira – e apimentada!

"Para dar mais ou menos o caminho das pedras, eu conversei com a Camila, que é a criadora de uma dessas sociedades secretas de swing, o Voluptas Society, que promove grandes festas em mansões na cidade de São Paulo...
Entrevista para a Universa

"Para a maior parte da sociedade, swing é bagunça, liberalidade, orgia. Mas é bem mais do que isso, trata-se de um estilo de vida". É assim que Camila, 36, conhecida na internet como Dama de Espadas, define a prática sexual da qual é adepta, em que casais transam com outras pessoas.

“Nossos traumas nas trazem gatilhos, busco ensinar as pessoas a superar isso e assim ter uma qualidade de vida. O sexo é apenas uma das pontas para se viver bem, as relações humanas são muito complexas e todos devem viver aquelas que se sentem confortáveis”.
Disse Camila

E quem esclarece as nomenclaturas é Camila Voluptas, escritora e fundadora da maior sociedade secreta de swing do Brasil, e também adepta ao mundo liberal.De acordo com Camila, que é também apresentadora do Sexlog TV, apesar de pouco falado, o Cuckold é mais comum do que se imagina:

"A ideia de que casais liberais não devem ter muita profundidade nessas relações para que não estrague o relacionamento é uma falácia. É preciso conhecer: saber do que o outro gosta, o que ele não quer e ter a liberdade de falar também. Esse é o princípio dos ménages de sucesso!

Mas isso vem mudando...
A discussão sobre corpos livres acabou dando confiança às mulheres, que podem viver seu desejo. E um dos principais pilares do swing é a autoconfiança. E a pessoa perceber que ela pode ser incluída", explica Camila...

“Criamos uma sociedade de swing secreta”, diz casal que era evangélico.
Camila largou o relacionamento abusivo para ficar com Edgar, com quem se aventurou no universo liberal. Depoimento para a revista Veja São Paulo à jornalista Fernanda Campos Almeida.

"O swing não é uma coisa simples. Há regras, etiquetas. É preciso saber se posicionar, se relacionar", explica Camila. Apesar de curtir o clima das casas de swing, Camila sentia falta de um ambiente mais seguro, daí a ideia de criar uma rede de swingers. Assim nasceu a Voluptas...

"Há códigos de conduta. Se eu me interessar por um casal ou solteiro/solteira, por exemplo, demonstrarei isso com contato visual. Se esse contato não se perde, vamos nos aproximando...Na opinião da influenciadora, aliás, a mudança de cenário...

“A procura de casais por ajuda emocional aumentou muito [com a quarentena]. Eles estão mais tensos e brigando pela convivência excessiva e pelo próprio caos social que o coronavírus tem causado”, relata. Camila orienta gratuitamente cerca de 40 homens e mulheres por dia"

Ela ressalta que existe casal que prefere simplesmente trocar e vai cada um curtir solo com o novo parceiro, mas é bem mais raro. “Ao contrário do que a sociedade imagina, os casais não querem apenas interagir com pessoas diferentes, mas ter uma experiência intensa entre quatro pessoas”.

Camila Voluptas, que também utiliza o símbolo como apelido, contou que o uso de figuras mais genéricas pode confundir: "Imagina a reação de alguém que nem sabe que swing existe ser abordado por ter tatuado um abacaxi ou estar usando um acessório com o desenho da pimenta.

Swing não é traição, poliamor, não-monogamia ou apenas um fetiche - é o que Mareu descobre sobre os bastidores da troca de casais com as histórias de Camila e Edgar. Saídos do mundo conservador para o mundo liberal e criadores de uma sociedade de swing...

No livro "Ela, Dama de Espadas", Camila Voluptas narra a sua trajetória no swing, sempre ao lado do atual marido, com quem divide experiências interessantes e prazerosas e outras não tão boas assim. Ilude-se quem acha que vai só encontrar prazer nas experiências liberais.

Para Camila, as regras da dinâmica devem ser estabelecidas pelo casal: “A maior regra no meio liberal é o respeito e o consenso. Cada casal define também as próprias regras, e ao contrário do que muitos pensam, somos muito fiéis a elas e a nossa relação”, esclarece.