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  • Foto do escritorCamila Voluptas

Como evitar uma depressão nessa época?

Essa é realmente uma fase difícil para todos nós. Uma seguidora me perguntou como evitar entrar em uma "deprê" nessa época triste de nossas vidas.




Vou te contar uma história:

Meus pais eram separados e fui morar com o vovô quando tinha 13 anos pois ambos se casaram novamente. Quando fui morar sozinha aos 19 anos ganhava em média 500,00 para pagar moradia, água e luz. Eu só conseguia comer no almoço na empresa, o que me causou inclusive uma compulsão alimentar.


Nossos dilemas do hoje são traumas do passado!


Foram alguns anos de bastante privação sem pedir nada aos meus pais. Eu nunca conseguia comer um chocolate, um pão francês, lavar o cabelo com shampoo... Coisas tão básicas...

Como passava necessidade de comida, roupa, produtos de higiene, além da própria solidão, um dia eu fui assaltada as 4 da manhã a caminho do trabalho, pois eu morava em São Paulo e viajava pra Terra Preta para trabalhar todo dia.


E se não bastasse...

...um cara de carro levou meus 70,00 reais que havia sobrado do meu salário. Nesse dia começou meu #TOC. Eu tive transtorno compulsivo obsessivo pelos 4 anos seguintes. #transtornocompulsivo


É muito importante entender quais são seus reais transtornos.


A cura vem da resiliência e do amor.”

Antes de sair de casa eu tinha que apagar e acender a luz 40 vezes, trancava a porta 20 vezes antes de sair, alinhava com o pé todas as bitucas de cigarro jogadas no chão por desconhecidos no ponto de ônibus e não deixava ninguém entrar no banheiro do trabalho se eu não conseguisse fechar a porta do jeito certo; repetia até conseguir. A coisa ficou tão complicada que acabei perdendo meu emprego. Anos passaram, me curei, me casei, sofri violência doméstica por 3 anos e enfim me libertei.... A história restante vcs conhecem.


Inspire-se

Quando me perguntam como eu passei por tudo isso a resposta (eu acredito que seja) é a quantidade de sonhos que eu tinha na época. Eu literalmente sonhava acordada. Imaginava uma casa limpinha, cheirinho de bolo, filme com pipoca em algum sábado a noite, crianças correndo na sala... até hoje eu acho que o som do céu é aquele barulho de crianças brincando no parque de tarde sabe?


Eu tento nessa época difícil que vivemos lembrar de onde eu vim e onde eu estou. Aproveito para lembrar daqueles sonhos que eu tinha; até escrevi para uma amiga com o marido na UTI que logo vamos beber uma gelada em alguma tarde de calor, rindo na beira do rio com uma churrasqueira velha e mambembe que vamos levar no porta mala...


Sonhos são divinos. Um beijo no seu coração

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